Muito Além da Dor

Paixão pelas cervejas

Quando um dia fui solicitado a escrever um breve texto sobre minha paixão pelas cervejas eu disse que seria fácil e aceitei na hora. Mas era um “blefe”! Não é nada fácil falar sobre “cervejas” ou sobre essa “paixão”. Assim como sobre os vinhos (que não entendo nada) existe uma pluralidade incrível de estilos de cervejas. Baixa e alta fermentação, claras ou escuras, Pale Ale, Larger, Weiss, Dubbel, Porter etc.

Muitos gostam de algumas poucas “vertentes” ou mesmo continuam com o paladar voltado para as tradicionais produzidas aqui no Brasil desde o século XX, variações do tipo Larger que formaram uma legião de “admiradores”, mas que agora parecem estar bem mais exigente. Minha preferência é pelo estilo Indian Pale Ale (IPA), mas todos têm o direito de apreciar vários estilos (insiro-me aqui) ou até todos eles. Estima-se que as cervejas tenham nascido em algum lugar na Mesopotâmia ou China, há uns nove ou 10 milênios. Já passou por fases de marginalização e adoração e podemos afirmar que “da África do Sul à Austrália, do Japão a Argentina, um fluxo considerável de filosofias e opiniões explora o modo ideal de criar cervejas memoráveis” (extraído de “O Grande Livro da Cerveja – Publifolha).

Minha história com o universo das cervejas “especiais” não sei ao certo como ou quando começou (ou esqueci!); foi se desenvolvendo ao longo dos últimos 20 / 30 anos. Mas, principalmente, sei que hoje se tornou uma paixão sem a menor chance de divórcio. Considero-me um “conhecedor” de cervejas e provavel- mente já degustei algumas das melhores do mundo. Mas, graças a Deus (seria blasfêmia incluí-lo?), esse universo mostra-se infinito. Dedico um espaço na minha casa para colecionar (minha esposa entende como “acumular”) garrafas e latas (vazias, claro!) das muitas e diferentes cervejasquepudeconsumiraolongo dessa saborosa jornada.

“Tours” cervejeiros espalham-se pelo mundo e são sempre excelentes “desculpas” para viajar. Todos os conti- nentes e inúmeros países estão repre- sentados nas minhas prateleiras. Beber uma boa cerveja alemã em algum “Biergarten”, sentar no Delirium Café em Bruxelas (mais de 4000 rótulos de cervejas no cardápio!), tomar uma Birra del Borgo na Itália, ou simplesmente chegar em qualquer lugar e pedir a cerveja local são praze- res que nós, apaixonados por elas, consideramos indescritíveis. Degustar uma boa cerveja é sempre uma expe- riência relaxante e fascinante; melhor ainda se for cercada de boas compa- nhias, boas conversas (que nem sempre nos lembraremos dos detalhes, isto é fato...) e outros apreciadores.

Neste momento de pandemia as mesas estão afastadas e os papos são virtuais, mas que tal abrir alguma (s) cerveja (s) da sua preferência (ou até alguma nunca degustada), viajar nos aromas e sabores e simplesmente aproveitar o momento?

Então...
EIN PROSIT! Um brinde!

- Dr. Sérgio Moura Guimarães, Campinas – SP
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