Ligas Acadêmicas de Dor

COVID-19 e DTM: O que o Cirurgião-Dentista deve saber?

Durante a Pandemia da COVID-19, houve um extenso período em que não havia vacina ou tratamento reconhecido e eficiente capaz de prevenir a infecção. Neste sentido, foram adotados o uso de máscaras e distanciamento social como principais medidas de prevenção para controle da pandemia, porém pode-se destacar um significativo papel negativo na saúde geral dos indivíduos. 

Problemas como: 
  • Desemprego
  • Insegurança financeira;
  • Morte de familiares e de amigos;
  • Estresse.

Afetaram significativamente a ansiedade e o nível de estresse dos indivíduos levando para uma significativa relação entre a DTM dolorosa e a depressão.

A privação emocional, o isolamento social e a alienação podem estar associados a manutenção da dor da DTM, considerando-se que a dor consiste em uma vivência mediada por diferentes mecanismos neuroquímicos e neurofisiológicos, e sua modulação conta com diversos componentes interligados.

Impactos emocionais individuais, eventos traumáticos psicológicos podem acarretar manifestações de hábitos parafuncionais inconscientes, assim como, apertamento de dentes, bruxismo de vigília ou bruxismo do sono.

As dores orofaciais, especialmente as crônicas, estão entre os principais motivos para busca por atendimento em saúde.  

Segundo o Protocolo de Disfunção Temporomandibular/DTM e Dor Orofacial/DORF da Rede SUSBH, divulgado em 2016, as Disfunções Temporomandibulares acometem cerca de 33% da população adulta, sendo que há predominância no sexo feminino. 

Além disso, foi destacado que 83% da população já apresentou algum sintoma relacionado à DTM, embora em alguns casos não houvesse necessidade de intervenção.

É necessário que estejamos atentos aos impactos que essa experiência limite causou e tem causado na saúde mental, bem como atentos à somatização dos sentimentos de angústia, incertezas e medo. 

Caso não recebam os cuidados adequados, estima-se que pelo menos um terço da população tenham suas condições de saúde intensificadas por fatores psicológicos.

As dores orofaciais incluem Disfunções Temporomandibulares (DTM), Odontalgias, Neuralgia do Trigêmeo, alguns tipos de cefaleia e outros quadros dolorosos.A Disfunção Temporomandibular (DTM) é considerada uma doença multifatorial e seus sintomas podem estar intimamente ligados a questões emocionais, perda de dentes, má oclusões, desvio postural, alterações estruturais internas e externas da articulação temporomandibular (ATM), disfunção nos músculos da mastigação, depressão, problemas neurológicos e otológicos e dores generalizadas no corpo. A privação emocional, o isolamento social e a alienação podem estar associados a manutenção da dor da DTM.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

GROSSMAN, Eduardo. Algias craniofaciais diagnóstico e tratamento. São Paulo: Editora dos Editores, 2019.

LIMA, Rossano Cabral. Distanciamento e isolamento sociais pela Covid-19 no Brasil: impactos na saúde mental. Physis,  Rio de Janeiro ,  v. 30, n. 2,  e300214,    2020. .   Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-73312020000200313&lng=en&nrm=iso>. Acesso em:  09  Set.  2020.  

OLIVEIRA, Simone Saldanha Ignácio et al. Temporomandibular disorders: Guidelines and Self-Care for Patients During COVID-19 Pandemic. Brazilian Dental Science, [s. l.], v. 23, ed. 2, Abr./Jun. 2020.

PREFEITURA DE BELO HORIZONTE. Protocolo de Disfunção Temporomandibular/DTM e Dor Orofacial/DORF da Rede SUSBH. Belo Horizonte: PBH,  2016. Disponível em: <https://prefeitura.pbh.gov.br/sites/default/files/estrutura-de-governo/saude/2018/documentos/publicacoes%20atencao%20saude/protocolo-dtm-ultimo.pdf>. Acesso em: 07 Set 2020.

Autoria: LIGA ACADÊMICA DE DOR OROFACIAL E REABILITAÇÃO ORAL (LADOR - PUC MINAS)
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